“Amor cura mais que quimioterapia”

Entenda a importância da rede de apoio e dos exames preventivos na batalha contra o câncer

O mês de maio foi transformador na vida de Katiuscia Luana Ramos. A notícia do tumor na mama direita surpreendeu a técnica de enfermagem, que viu na rede de apoio a sua principal força para seguir em frente. Ainda que a luta contra o câncer de mama esteja só no começo, a jovem acredita que o carinho das pessoas próximas, aliado aos exames preventivos, são a essência para os bons resultados do tratamento.

Foi o hábito de fazer exames preventivos anualmente que resultou no diagnóstico da doença em fase inicial. Desde jovem, Luana realizava acompanhamento médico devido a presença de cistos mamários, uma alteração benigna que pode aparecer nas mulheres a partir dos 15 anos. “A cada seis meses eu fazia punção para diminuir o tamanho dos cistos, pois me incomodava. Durante uma consulta, a médica percebeu algo diferente nas mamas e realizou a biópsia”, relata. Os exames comprovaram a presença de um carcinoma, ou seja, ela estava com câncer de mama.

A notícia da doença e do tratamento gerou o medo da morte, mesmo sabendo que o câncer de mama possui um dos maiores índices de cura. “O que eu mais temia era fazer quimioterapia. Foi quando me falaram o procedimento era necessário que comecei a pensar coisas horríveis. Achava que não ia aguentar as sessões, que fosse ficar fraca”. Mas tudo mudou quando a rede de apoio se fortaleceu ao redor de Luana. “Eles me mostraram que não estou sozinha e sou capaz”.

 

“A mulher passa por uma metamorfose”

O início do tratamento ocasionou a queda de cabelo, o que a levou a raspar a cabeça. “Desde pequena, sempre fui muito vaidosa e não estava preparada para esse momento. No final, acho que a perda foi libertadora e me reconectou com as pessoas”, revela Luana.

Passados alguns dias, para a surpresa da técnica de enfermagem, o irmão, a mãe e o chefe também rasparam a cabeça a fim de mostrar que todos estavam juntos na batalha. “O que eles fizeram tem grande significado e só me fortaleceu. Para nós (mulheres), perder as mechas é como se alguém tirasse uma parte da gente, a nossa identidade. O momento da perda do cabelo é quando a mulher passa por uma metamorfose”.

A importância de falar sobre a rede de apoio ganhou repercussão pelo Vale do Taquari, por meio do gesto de amor dos amigos e familiares. E as ações do grupo para dar força a Luana não pararam. Na última semana, a torcedora fanática do internacional recebeu um depoimento do ídolo D’Alessandro, que também publicou a história em suas redes sociais. “Quando recebi o vídeo não quis acreditar. É incrível como a união das pessoas move o mundo. Eu acredito que o amor cura mais que quimioterapia”.

 

O tratamento

O tratamento de Luana ocorre no Centro Regional de Oncologia (CRON). No total, ela fará quatro ciclos de quimioterapia, seguidos de algumas sessões de radioterapia. A jovem não precisou remover a mama para lutar contra o câncer de mama e aguarda ansiosa pela finalização do ciclo. “Um dia vou entender porque tive o câncer. Hoje sei, que quero lutar pelas outras pessoas também”.

 

Assista o vídeo e conheça a história de Luana

Texto: Jéssica R. Mallmann
Créditos: Estúdio A Hora

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