Manter hábitos saudáveis e evitar o estresse são importantes para o bem-estar no dia a dia. No entanto, dados nacionais mostram que a rotina acelerada e a elevada carga horária dos profissionais têm afastado muitas pessoas do mercado, principalmente na área da educação. Com o objetivo de auxiliar professores e valorizar o ensino, o Centro Regional de Oncologia (CRON) desenvolve projetos em prol da saúde e do bem-estar.
“Temos visto que um grande número de pessoas que nos procura na clínica são professores. Essa classe profissional tem se tornado mais doente do que era no passado”, destaca o médico oncologista, Renato Cramer. Para ele, a incidência dos casos se deve a jornada de trabalho exaustiva que, consequentemente, faz com que os cuidados com a saúde fiquem em segundo plano.
Estatísticas e pesquisas médicas atuais mostram que as doenças que acometem os educadores são semelhantes aquelas vistas na população em geral. Hipertensão, diabetes, obesidade, câncer e transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, são os males mais comuns.
Professora da rede pública, Ana Elisa Oterkamp Bloemker, revela que o maior desafio da educação está relacionado a saúde mental. “Atualmente os professores vivem sob muita pressão. Em função do trabalho, muitos dormem pouco e se alimentam mal”.
O ambiente competitivo e a desvalorização profissional também são motivadores de algumas doenças. Cramer afirma que para alcançar o bem-estar é importante que o local de trabalho estimule a criatividade dos professores e seja prazeroso. Além disso, hábitos saudáveis precisam ser inseridos à rotina. “O ideal é manter um sono de no mínimo seis horas por dia; hidratar-se; cuidar da voz; fazer atividades físicas regulares e manter uma alimentação balanceada”, explica o médico.
Valorização
Com o objetivo de estimular a evolução profissional e a melhoria da saúde, o CRON integra o Programa de Ensino e Educação (Pense), desenvolvido pelo Jornal A Hora. Ao longo do ano, escolas da rede pública e privada receberam a Caravana do Pense com workshops e palestras sobre saúde, educação, mercado de trabalho e desenvolvimento pessoal.
“A ideia da Caravana é justamente alertar os professores para que mudem seus hábitos”, ressalta o oncologista. “A saúde do professor é extremamente importante. Entendemos que um professor doente representa uma sala de aula doente”.
Entre as escolas visitadas, estava a da professora Ana Elisa, que destaca a importância do projeto. “O doutor Renato foi enfático em termos de prevenção, pois hábitos saudáveis podem evitar muitos problemas. Depois da fala dele, mudei alguns hábitos”.
Além da Caravana, o Pense incentivou professores e alunos a desenvolverem projetos em prol da educação. Ana Elisa foi uma das vencedoras com o trabalho “Língua Portuguesa”, que visa explorar gêneros textuais e sua aplicabilidade no dia a dia. “O Brasil tem cada vez mais analfabetos funcionais que passam dificuldades no mercado de trabalho. Com o projeto abordou-se problemas comuns na sociedade e dentro destes temas transversais foi trabalhado produção e interpretação dos textos”, explica a professora.
O destaque no Pense levou Ana Elisa há Faculdade Uniages, na Bahia, onde acompanhou a atuação de professores e os projetos que desenvolvidos em prol da educação, em todos os níveis de ensino. “Eles realmente vão em busca. Incrível. Voltei com desejo de aplicar tudo que aprendi e já estou fazendo um trabalho neste sentido”.
Texto: Jéssica R. Mallmann
Créditos: Jornal A Hora