Vacinação: um benefício a pacientes oncológicos

Manter a imunização ao longo do tratamento médico auxilia no bom estado clínico

As vacinas são uma das principais formas de salvar vidas e prevenir doenças. Em pacientes oncológicos, a vacinação é uma forte aliada durante o tratamento do câncer, pois, quando bem orientada pelos oncologistas, reforça a proteção do organismo contra antígenos que causam outras doenças e fragilizam a saúde. Ainda que muitas pessoas tenham receio em tomar as doses, a médica oncologista do Centro Regional de Oncologia (CRON), Camila Jeremias, afirma que elas são importantes e, muitas vezes, essenciais para os pacientes.

Boa parte do processo de imunização ocorre durante a infância, sendo necessário algumas reaplicações das vacinas (reforços) durante a vida adulta. Desta forma, é possível manter o organismo protegido e erradicam-se doenças. No entanto, quando há o diagnóstico de câncer, algumas pessoas hesitam em fazer o reforço ou mesmo a proteção anual para vírus mutantes, como o da gripe, pois acreditam que o sistema imunológico pode ser afetado de forma negativa.

Contrariando a crença popular, a médica oncologista ressalta que, “em razão do tratamento com quimioterapia, os pacientes oncológicos estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de formas graves de doenças infecciosas e as vacinas podem reduzir as suas complicações, diminuindo a mortalidade por essas doenças”. Além disso, Camila salienta que é importante seguir as orientações do oncologista, pois existem tipos diferentes de câncer, assim como tratamentos, que precisam de cuidados especiais.

“É importante destacar que a vacinação não protege apenas aqueles que recebem a vacina, mas também ajuda a comunidade como um todo”, afirma a médica. Além dos pacientes, é preciso que profissionais da saúde, familiares e cuidadores também se mantenham imunizados a fim de evitar que estes se tornem
fontes de infecção.

Quais vacinas fazer?

As vacinas podem ser divididas em dois grandes grupos, sendo eles as imunizações por organismos vivos enfraquecidos e as vacinas inativadas (compostas por agentes mortos). Pacientes que estão realizando quimioterapia não devem receber doses do primeiro grupo, pois há risco de desenvolver a doença à qual destina-se a proteção. Isso inclui vacinas contra caxumba, febre amarela, rubéola, sarampo e varicela.

“De maneira geral, as imunizações com organismos inativados são consideradas seguras aos pacientes, como é o caso da vacina da gripe (influenza). Mas, o melhor momento para administrá-las deve ser sempre orientado pelo oncologista”, afirma Camila. O ideal é que os pacientes que iniciarão o tratamento oncológico sejam vacinados, preferencialmente, antes da primeira quimioterapia e conforme seu calendário vacinal, desde que isso não atrase o tratamento.

Prevenção às demais doenças

Para evitar as doenças do grupo de vacinas dos organismos vivos enfraquecidos, é importante que os pacientes façam a prevenção. Ou seja, protejam-se do contato com pessoas doentes ou com aquelas que tenham suspeita de alguma infecção, evitem aglomerações e locais fechados, lavem as mãos com frequência e mantenham os cuidados gerais.

 

Texto: Jéssica R. Mallmann
Créditos: Estúdio A Hora

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